domingo, 23 de maio de 2010

Depois da tempestade...

Acredito que não sou a única que enfrenta um problema em estágios, após a catástrofe inicial eu me reergui, respirei fundo e corri atrás de medidas que fossem me beneficiar: livros, florais, conversas, pesquisa e claro, procurei todo o carinho que eu "julgava" merecer. Passei a ler coisas positivas, parei de ler coisas negativas. Li uma frase que dizia que "estatísticas são informação e não condenação" e é nesta máxima que eu me agarro. O primeiro oncologista que eu consultei fez a minha primeira micro cirurgia de remoção do meu sinal, daí, foram quinze dias de ansiedade até a chegada do segundo diagnóstico: Melanoma maligno e do prognóstico: Margem de ampliação de 2,5 cm e retirada do linfonodo sentinela. Novamente percebi o quanto eu sou chorona. Se eu pudesse dar um conselho diria: Procure um médico humano, um médico que te vê como uma vida, como uma chance de dar um ponta pé nas estatísticas e não um médico que te vê como um condenado, digo isso por que após ouvir que minha perna ficaria "feia", com um "buraco" e inchada, ao invés de acreditar nesta sentença, eu mudei de médico e hoje o que tenho é um anjo, e quer saber? Minha perna continua linda, segundo o próprio médico. Bem, depois de trocar de médico a cirurgia foi marcada: 26/03. Ansiedade a mil, nervos a flor da pele, medo, carência, tantas coisas que chega a ser indescritível. Os dias passaram rápido, fiz a cirurgia e tudo correu bem, ao menos com a minha recuperação e espera, fui exercitando a minha paciência com isso tudo. Lá estava eu na espera de resultados novamente, e eu estava realmente convencida de que este pesadelo ia acabar só que toda a alegria já vem embrulhada em uma tristezinha de papel fino, pois uma semana após a cirurgia já soube que precisaria de outra cirurgia, pois meus sentinelas estavam com micrometastases, e adivinha? Claro que eu chorei né? Muito, muito, muito, quase desidratei de tanto chorar, na verdade cheguei a pensar que não iria me recompor, era uma tristeza tão grande que eu sentia que eu fazia um esforço danado pra pensar em qualquer coisa e esquecer de mim. Até que novamente veio um click e eu percebi que a única pessoa que não pode esquecer de mim sou eu mesma. Como meu médico me disse: O deserto vai ficar um pouquinho só mais longo, mas nós vamos atravessá-lo.

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